sábado, 26 de maio de 2012

Um caso de discordância com a fatura da concessionária


Estamos trabalhando atualmente, junto com o consultor de energia, em um caso interessante de discordância entre a fatura da concessionária e o IPLENIX ENERGIA.

Para que o IPLENIX ENERGIA trabalhe corretamente e gere os resultados similares aos da concessionária de energia elétrica é fundamental a correta configuração do sistema com a constante de multiplicação que está configurada no medidor do cliente. A constante de multiplicação é mais conhecida pelos nomes de constante de demanda e constante de consumo, sendo a primeira sempre 4 vezes maior que a segunda. Estas são duas formas diferentes de ver a constante de multiplicação. 

A forma mais fácil de se obter a constante de multiplicação do medidor do cliente é lendo esta da fatura mensal de energia que o cliente recebe da concessionária. Na fatura estão impressas a constante de demanda e a constante de consumo. Elas estão impressas na parte onde é apresentada cada leitura, e a conversão delas para consumo em kWh, e demanda em kW. No artigo Configurando o Ponto de Medição pode se ver um exemplo de como encontrar a constante em uma fatura mensal.

Na imensa maioria das vezes essa forma de encontrar a constante de multiplicação funciona bem, e os resultados do IPLENIX ENERGIA ficam muito próximos aos da concessionária. Porém algumas vezes aparecem discordâncias.

Estamos analisando um desses casos. O IPLENIX ENERGIA foi instalado e configurado no cliente faz alguns meses. Durante o primeiro mês o consultor acompanhou o perfil de demanda, validando a demanda contratada para evitar multas por ultrapassagem. Aparentemente tudo estava dentro do esperado. Porém, quando chegou a fatura da concessionária havia uma multa por ultrapassagem de demanda, e o consumo total estava bem acima do que o IPLENIX ENERGIA simulava. O consultor entrou em contato conosco e iniciamos a busca pela causa da diferença.

Seguimos os passos do artigo Encontrando a diferença entre a fatura e a simulação. Ao final da avaliação desconfiamos da configuração da constante de multiplicação. Poderia esta configurada com um valor diferente ao da concessionária, ou poderia ter sido alterada durante o período de contabilização para o faturamento. Pedimos uma cópia escaneada da fatura deste cliente para avaliarmos em maior profundidade. Verificamos que a constante de demanda, a forma como a constante de multiplicação é configurada no IPLENIX ENERGIA estava configurada de acordo com o que estava impresso na fatura. E verificamos também que o sistema estava configurado corretamente desde o inicio do período do faturamento. Ou seja, a constante de demanda não tinha sido alterada durante o tempo. Temos a seguinte situação:
  • Todas as leituras de consumo do período de contabilização do faturamento estão armazenadas na base de dados do IPLENIX ENERGIA. Não houve nenhuma perda de dados.
  • A constante de multiplicação está corretamente configurada desde o início do período, o que significa que os consumos e demandas estão convertidos conforme o que está impresso na fatura da concessionária.
Mesmo assim os valores não batem. Apresentam diferenças grandes.

O IPLENIX ENERGIA mantém em suas bases de dados toda a informação recebida do medidor da concessionária justamente para facilitar analises deste tipo. O medidor da concessionária passa o valor de consumo em pulsos. É uma medida interna dele. A conversão do valor de consumo dado em pulsos o consumo real em kWh é feita multiplicando o valor em pulsos pela constante de multiplicação, neste caso a constante de consumo. E para fazer a conversão para demanda, multiplicasse o valor em pulsos pela constante de demanda, que é sempre 4 vezes maior do que a constante de consumo.

Com estamos desconfiados da constante de multiplicação, fizemos o cálculo dela a partir dos valores que tínhamos disponíveis. Da fatura recebida pegamos a demanda máxima registrada e os totais de consumo do mês já nas suas unidades definitivas, kW e kWh. E da base de dados do IPLENIX ENERGIA buscamos a demanda máxima e o consumo total do período em pulsos. Com estes números em mãos pudemos calcular a constante de multiplicação que estava configurada no medidor da concessionária no período de faturamento. E para nossa surpresa encontramos um valor bem diferente do valor que está impresso na fatura da concessionária.

Como ainda tínhamos poucos argumentos para comprovar a diferença, o consultor solicitou à concessionária a memória de massa do medidor para o período. Esperávamos receber na memória de massa as leituras em pulsos para cada intervalo de 15 minutos, assim poderíamos comparar com os pulsos armazenados na base de dados do IPLENIX ENERGIA. Porém a memória de massa veio apenas com os valores já convertidos para as demandas médias de cada período de 15 minutos, e não estava descrita em lugar algum a constante de multiplicação usada para chegar a estes valores. 

Novamente fizemos o cálculo da constante de multiplicação combinando dados da memória de massa, com dados da base do IPLENIX ENERGIA. Da memória de massa da concessionária usamos o valor das demandas em kW de cada intervalo 15 minutos, e da base de dados do IPLENIX ENERGIA usamos as leituras em pulsos dos mesmos intervalos. Conseguimos calcular novamente a constante de multiplicação que foi usada pelo medidor da concessionária. O resultado foi o esperado. A constante de multiplicação calculada para cada intervalo foi a mesma que já havíamos calculado antes de recebermos a memória de massa do período.

A conclusão que chegamos foi que a constante de multiplicação que está impressa na fatura é diferente da constante de multiplicação configurada no medidor da concessionária. E por essa razão o resultado gerado pelo IPLENIX ENERGIA é diferente do obtido pela concessionária.

Agora o consultor está em contato com a concessionária para ver como solucionar esta situação. O teste definitivo só será obtido fazendo uma medição de consumo paralela ao medidor da concessionária. Ligando um multimedidor de grandezas elétricas a TC’s instalados na saída do medidor da concessionária. O período de medição pode ser pequeno, apenas algumas horas medindo o consumo a cada 15 minutos. Usando estas medições de kWh do multimedidor de grandezas, e os valores em pulsos lidos pelo IPLENIX ENERGIA do medidor da concessionária, é possível calcular com uma boa precisão a constante de multiplicação que está configurada no medidor da concessionária. 

Pode ser que a constante de multiplicação correta seja a que está configurada no medidor. Sendo assim as medições estão corretas e a fatura também. Porém, se este for o caso, ainda resta uma questão que diz respeito às multas de ultrapassagem de demanda. O controle que o cliente pode fazer para evitar a ultrapassagem de demanda depende da concessionária habilitar recursos e passar informações corretas. Ela tem que dar acesso aos pulsos de medição do medidor, o que está acontecendo. E deve dizer o valor correto da constante de multiplicação para que o cliente possa configurar os seus sistemas de controle de demanda. Este segundo requisito parece não ter sido cumprido. 


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