quarta-feira, 10 de dezembro de 2014

Monitoramento remoto de estações de remediação de solos



Encontramos o pessoal da Geoambiental Consultoria e Licenciamento Ambiental em uma feira dedicada a Postos de Combustíveis. Como diz o nome, é uma empresa consultoria que presta serviços na área ambiental. Uma de suas atividades junto a este segmento é fornecer todo o apoio necessário nos casos de contaminação do solo e da água quando são detectados vazamento de combustíveis que geram autuações pelos órgãos ambientais.



Descrevendo rapidamente o problema é o seguinte:
  • Os tanques de combustíveis dos postos de abastecimento em geral ficam enterrados abaixo da pista onde os veículos param para abastecer. Estes tanques são os reservatórios onde ficam estocados os produtos como diesel, gasolina e álcool.
  • Por motivos alheios a vontade dos responsáveis estes tanques ou suas tubulações podem sofrer dados que geram vazamentos de combustível para o solo onde estão enterrados.
  • O produto que vaza eventualmente chega até o lençol freático e acaba contaminando poços artesianos, riachos, rios, logos e lagoas que ficam próximos ao posto.
  • Os usuários desta água detectam a contaminação e fazem queixas as autoridades ambientais que acabam autuam o posto de combustível responsável pelo vazamento, e como corresponsável também autuam a distribuidora de combustível que vende para este posto.

A Geoambiental ou outra empresa de consultoria ambiental são contratadas quando ocorre a autuação para resolver a situação. As multas por danos ambientais são muito grandes e as ações devem ser rápidas. É feito o levantamento do dano, planejada a forma de descontaminação, preparados os laudos e processada a burocracia. Por fim, são instaladas uma ou mais estações de remediação de solos no terreno do posto para descontaminar a área.
O coração deste tipo de estação de remediação de solos é uma ou mais bombas de água. No terreno, na área contaminada são perfurados micro poços para onde o combustível vazado e a água contaminada escorrem. Com uma frequência determinada, o que ocorre várias vezes ao dia, estes poços são drenados pelas bombas e a água contaminada é levada para a estação de tratamento. Lá o combustível é separado da água que limpa é devolvida para o solo, e o resíduo do combustível contaminante é devidamente descartado. Estas estações devem funcionar de forma automática com a mínima intervenção humana. Algumas vezes elas são instaladas em terrenos onde o posto já está desativado e, portanto praticamente desassistidas.

Um processo de descontaminação deste tipo pode levar anos dependendo do tamanho e duração do vazamento. Durante este período o órgão ambiental responsável faz diversas inspeções para ver se o que foi acordado está sendo cumprido. A parte grave é que se acontecer da estação de remediação não estar funcionando durante uma inspeção multas pesadíssimas são aplicadas a cada dia em que o processo estiver parado. Essas multas são aplicadas a todos os responsáveis, sendo um deles a distribuidora de combustíveis que revendia seus produtos no posto.   
Com atuação nacional, as distribuidoras de combustíveis são corresponsáveis por este tipo de acidente ambiental em postos espalhados por todo o país. Elas precisam de ferramentas eficientes para minimizar seus riscos de receber multas por falhas em processos de remediação espalhados geograficamente. A tecnologia atual já permite o monitoramento remoto pela Internet por telemetria a custos muito baixos e com grande confiabilidade, e elas estão demandado a sua instalação.

Quando a Geoambiental nos encontrou percebeu que éramos a empresa certa para ajuda-los. Eles precisavam instalar monitoramento remoto pela Internet em diversos postos onde estavam atuando por determinação das distribuidoras. E nós tínhamos como montar a solução que eles precisavam a custos muito atraentes. Na nossa rápida conversa na feira já tivemos uma explicação de como funcionava a estação de remediação que eles usavam e marcamos para agendar uma visita a uma delas. Acionamos para nos acompanhar o nosso parceiro de hardware que é fabricante de modems celular e também montador de painéis de telemetria, a ABS Ltda. Algumas semanas depois fomos juntos a um posto na grande Porto Alegre onde havia uma estação destas. Ali recebemos explicações detalhadas do eletricista instalador da estação. Ele mostrou todos os sensores usados para automatizar o processo e junto com o nosso parceiro de hardware debateram as possibilidades. Em paralelo a isso, nossa equipe de programação recebia as informações necessárias para adaptar o site do Iplenix com os relatórios específicos para este tipo de aplicação.
Os sensores disponíveis e que deveriam ser monitorados eram:

  • Sensores de bombas ligadas e desligadas
  • Hidrômetros
  • Sensores de tanques cheios
  • Sensores de tanques vazios
  • Botão de emergência pressionado – o que para todo o processo
  • Sensor de falta de energia
Na parte do sistema foram identificados que os parâmetros para os relatórios eram o tempo total diário de acionamento das bombas, e o volume total diário bombeado. E para a geração de alertas foram listados todos os indicadores de parada de operação como falta de energia, acionamento do botão de emergência, e excesso de tempo sem acionamento das bombas. 
Em menos de 30 dias tínhamos o primeiro painel pronto para ser instalado, e já tínhamos o site adaptado com os relatórios e alertas necessário. O painel consiste em um equipamento que recebe entradas digitais e analógicas e possui memória de massa. A memória de massa é fundamental para armazenar as informações enquanto ocorrem falhas de comunicação na rede celular. No painel também temos uma fonte de alimentação, uma bateria com autonomia de quase 1 dia, e um modem celular que se conecta ao Iplenix e por onde os dados lidos são transferidos para o site. O sistema de conectorização do painel é muito pratico facilitando a instalação e manutenção.

Lembro que a primeira instalação foi feita em um dia muito quente de fevereiro de 2012 o que a tornou memorável. Estas estações de remediação são montadas dentro de containers metálicos e ficam ao tempo. O sol batia inclemente sobre ela e quem ficava lá dentro assava como um pão no forno. Usamos esta primeira instalação para instruir a equipe de eletricistas da Geoambiental para que eles pudessem dar manutenção nas instalações e também para fazerem por conta própria as próximas instalações. Por ser a primeira e por ter a passagem do conhecimento levamos algo em torno de 2 horas para terminar. Foram feitos todos os testes de conectividade e acompanhamos um ciclo completo de bombeamento para nos certificarmos que todos os sensores estavam conectados nos lugares certos. E por fim tudo funcionou direitinho.
Atualmente já temos um número considerável de estações de remediação de solos sendo monitoradas remotamente pelo sistema Iplenix. Sabemos que as empresas que nos contratam estão satisfeitas com o sistema e atentas a ele. Sabemos disso porque sempre que o Iplenix gera um alerta de uma estação parada eles nos acionam para verificar o que está acontecendo. Eles tem essa preocupação porque as distribuidoras de combustíveis só pagam pelos seus serviços os dias que estão marcados com atividade no nosso sistema.
Observamos que o monitoramento remoto de estações de remediação de solos traz outros benefícios para as consultorias ambientais que lidam com este tipo de serviço. Antes do monitoramento remoto as equipes precisavam visitar periodicamente os locais para verificarem possíveis problemas. E ocorriam casos em que tudo estava funcionando bem até poucas horas depois da visita, deixando a estação parada até a próxima visita que podia ocorrer somente 1 semana depois. Com o monitoramento remoto as equipes só precisam visitar as estações nas visitas de manutenção programadas, ou quando algum alerta ocorrer. Isso reduz custos e melhora o planejamento das equipes.