Encontramos o pessoal da Geoambiental Consultoria e Licenciamento Ambiental em uma feira dedicada a Postos de
Combustíveis. Como diz o nome, é uma empresa consultoria que presta serviços na
área ambiental. Uma de suas atividades junto a este segmento é fornecer todo o
apoio necessário nos casos de contaminação do solo e da água quando são
detectados vazamento de combustíveis que geram autuações pelos órgãos
ambientais.
Descrevendo rapidamente o
problema é o seguinte:
- Os tanques de combustíveis dos postos de abastecimento em geral ficam enterrados abaixo da pista onde os veículos param para abastecer. Estes tanques são os reservatórios onde ficam estocados os produtos como diesel, gasolina e álcool.
- Por motivos alheios a vontade dos responsáveis estes tanques ou suas tubulações podem sofrer dados que geram vazamentos de combustível para o solo onde estão enterrados.
- O produto que vaza eventualmente chega até o lençol freático e acaba contaminando poços artesianos, riachos, rios, logos e lagoas que ficam próximos ao posto.
- Os usuários desta água detectam a contaminação e fazem queixas as autoridades ambientais que acabam autuam o posto de combustível responsável pelo vazamento, e como corresponsável também autuam a distribuidora de combustível que vende para este posto.
A Geoambiental ou outra empresa
de consultoria ambiental são contratadas quando ocorre a autuação para resolver
a situação. As multas por danos ambientais são muito grandes e as ações devem
ser rápidas. É feito o levantamento do dano, planejada a forma de
descontaminação, preparados os laudos e processada a burocracia. Por fim, são instaladas
uma ou mais estações de remediação de solos no terreno do posto para
descontaminar a área.
O coração deste tipo de estação
de remediação de solos é uma ou mais bombas de água. No terreno, na área
contaminada são perfurados micro poços para onde o combustível vazado e a água
contaminada escorrem. Com uma frequência determinada, o que ocorre várias vezes
ao dia, estes poços são drenados pelas bombas e a água contaminada é levada
para a estação de tratamento. Lá o combustível é separado da água que limpa é
devolvida para o solo, e o resíduo do combustível contaminante é devidamente
descartado. Estas estações devem funcionar de forma automática com a mínima
intervenção humana. Algumas vezes elas são instaladas em terrenos onde o posto
já está desativado e, portanto praticamente desassistidas.
Um
processo de descontaminação deste tipo pode levar anos dependendo do tamanho e
duração do vazamento. Durante este período o órgão ambiental responsável faz
diversas inspeções para ver se o que foi acordado está sendo cumprido. A parte
grave é que se acontecer da estação de remediação não estar funcionando durante
uma inspeção multas pesadíssimas são
aplicadas a cada dia em que o processo estiver parado. Essas multas são
aplicadas a todos os responsáveis, sendo um deles a distribuidora de
combustíveis que revendia seus produtos no posto.
Com atuação nacional, as
distribuidoras de combustíveis são corresponsáveis por este tipo de acidente
ambiental em postos espalhados por todo o país. Elas precisam de ferramentas
eficientes para minimizar seus riscos de receber multas por falhas em processos
de remediação espalhados geograficamente. A tecnologia atual já permite o
monitoramento remoto pela Internet por telemetria a custos muito baixos e com
grande confiabilidade, e elas estão demandado a sua instalação.
Quando a Geoambiental nos
encontrou percebeu que éramos a empresa certa para ajuda-los. Eles precisavam
instalar monitoramento remoto pela Internet em diversos postos onde estavam
atuando por determinação das distribuidoras. E nós tínhamos como montar a solução
que eles precisavam a custos muito atraentes. Na nossa rápida conversa na feira
já tivemos uma explicação de como funcionava a estação de remediação que eles
usavam e marcamos para agendar uma visita a uma delas. Acionamos para nos
acompanhar o nosso parceiro de hardware
que é fabricante de modems celular e também montador de painéis de telemetria, a ABS Ltda.
Algumas semanas depois fomos juntos a um posto na grande Porto Alegre onde
havia uma estação destas. Ali recebemos explicações detalhadas do eletricista
instalador da estação. Ele mostrou todos os sensores usados para automatizar o
processo e junto com o nosso parceiro de hardware
debateram as possibilidades. Em paralelo a isso, nossa equipe de programação
recebia as informações necessárias para adaptar o site do Iplenix com os
relatórios específicos para este tipo de aplicação.
Os sensores disponíveis e que
deveriam ser monitorados eram:
- Sensores de bombas ligadas e desligadas
- Hidrômetros
- Sensores de tanques cheios
- Sensores de tanques vazios
- Botão de emergência pressionado – o que para todo o processo
- Sensor de falta de energia
Na parte do sistema foram
identificados que os parâmetros para os relatórios eram o tempo total diário de
acionamento das bombas, e o volume total diário bombeado. E para a geração de alertas
foram listados todos os indicadores de parada de operação como falta de
energia, acionamento do botão de emergência, e excesso de tempo sem acionamento
das bombas.
Em menos de 30 dias tínhamos o primeiro
painel pronto para ser instalado, e já tínhamos o site adaptado com os
relatórios e alertas necessário. O painel consiste em um equipamento que recebe
entradas digitais e analógicas e possui memória de massa. A memória de massa é
fundamental para armazenar as informações enquanto ocorrem falhas de comunicação
na rede celular. No painel também temos uma fonte de alimentação, uma bateria
com autonomia de quase 1 dia, e um modem celular que se conecta ao Iplenix e
por onde os dados lidos são transferidos para o site. O sistema de
conectorização do painel é muito pratico facilitando a instalação e manutenção.
Lembro que a primeira instalação
foi feita em um dia muito quente de fevereiro de 2012 o que a tornou memorável.
Estas estações de remediação são montadas dentro de containers metálicos e
ficam ao tempo. O sol batia inclemente sobre ela e quem ficava lá dentro assava
como um pão no forno. Usamos esta primeira instalação para instruir a equipe de
eletricistas da Geoambiental para que eles pudessem dar manutenção nas
instalações e também para fazerem por conta própria as próximas instalações.
Por ser a primeira e por ter a passagem do conhecimento levamos algo em torno
de 2 horas para terminar. Foram feitos todos os testes de conectividade e
acompanhamos um ciclo completo de bombeamento para nos certificarmos que todos
os sensores estavam conectados nos lugares certos. E por fim tudo funcionou
direitinho.
Atualmente já temos um número
considerável de estações de remediação de solos sendo monitoradas remotamente
pelo sistema Iplenix. Sabemos que as empresas que nos contratam estão
satisfeitas com o sistema e atentas a ele. Sabemos disso porque sempre que o
Iplenix gera um alerta de uma estação parada eles nos acionam para verificar o
que está acontecendo. Eles tem essa preocupação porque as distribuidoras de
combustíveis só pagam pelos seus serviços os dias que estão marcados com
atividade no nosso sistema.
Observamos que o monitoramento
remoto de estações de remediação de solos traz outros benefícios para as
consultorias ambientais que lidam com este tipo de serviço. Antes do
monitoramento remoto as equipes precisavam visitar periodicamente os locais
para verificarem possíveis problemas. E ocorriam casos em que tudo estava
funcionando bem até poucas horas depois da visita, deixando a estação parada
até a próxima visita que podia ocorrer somente 1 semana depois. Com o
monitoramento remoto as equipes só precisam visitar as estações nas visitas de
manutenção programadas, ou quando algum alerta ocorrer. Isso reduz custos e
melhora o planejamento das equipes.